O uso da Cannabis medicinal é conhecido em várias culturas há mais de cinco mil anos. A cannabis percorreu toda a Rota da Seda que interligava o oriente e a Europa comercialmente e foi levada ao Ocidente pelo escocês Willian O’Shaughnessy.

Willian, foi um dos cientistas pioneiros na pesquisa de terapias com a cannabis medicinal, em pacientes com colera, reumatismo, raiva, tétano, epilepsias e doenças inflamatórias.

Ele também estudou os benefícios da cannabis no alívio de dores e redução de espasmos musculares.

Quando o uso da cannabis começou a ganhar força?

O uso da Cannabis ganhou destaque na Europa e depois nos Estados Unidos entre os anos de 1840 e 1940. Seu uso era indicado por médicos ingleses como estimulante de apetite, analgésico, hipnótico, relaxante muscular e anticonvulsivante.

Mas, por causa de questões ideológicas e políticas, bem como a falta de controle de qualidade e de conhecimentos básicos da química da planta, no século passado ela foi proibida em muitos países, principalmente pelo crescimento de seu uso recreativo.

Apesar deste cenário totalmente desfavorável, cientistas continuaram a estudar o uso da cannabis medicinal como terapia auxiliar no tratamento de doenças psiquiátricas, neurológicas, inflamatórias e degenerativas.

Cannabis e doença de Parkinson

Estudos apontam os benefícios da cannabis no tratamento de determinadas doenças como nos sintomas não motores da doença de Parkinson, nas dores e espasmos provocados pela esclerose múltipla, e outras condições.

Em 1980, foi publicado o primeiro estudo com humanos sobre o uso da cannabis medicinal em pacientes com epilepsia farmacorresistente, demonstrando os benefícios da substância no controle das crises epilépticas.

Passado mais de cem anos depois dos primeiros trabalhos da Medicina Moderna com a cannabis, sabemos que ela possui mais de 480 substâncias químicas.

Então, o avanço do conhecimento científico sobre a cannabis medicinal e o desenvolvimento da indústria farmacêutica especializada, mostram que estamos diante de um novo cenário em que a cannabis pode ser classificada como uma nova área terapêutica livre para apoiar diferentes especialidades médicas.

Para entender sobre as aplicações da cannabis medicinal continue a leitura até o final. 

O que é a cannabis medicinal?

Também chamada de maconha medicinal, a cannabis medicinal é o uso de uma planta chamada de cannabis sativa para fins terapêuticos. Portanto, dela se extrai um composto químico (canabidiol ou CBD) que tem bons resultados em diferentes tratamentos da saúde. 

Apesar de existir um preconceito muito grande em torno dessa questão, pelo fato do efeito entorpecente da maconha, há um potencial grande do uso dessa substância na área médica, trazendo ótimas perspectivas.

Da cannabis sativa se obtém o CBD, composto que tem capacidade de ativar receptores que regulam o sistema imunológico e o sistema nervoso, e tem uma boa resposta por causa de seu efeito neurogênico, trazendo esperança a pacientes com Alzheimer, por exemplo.

A cannabis é composta por:

• Tetra-hidrocanabidiol (THC), substância tóxica e psicotrópica;
• Canabidiol (CBD), com efeito relaxante ou analgésico.

Apesar da resistência que inúmeras pessoas têm por relacionar à maconha, saiba que apenas o THC prejudica as funções cerebrais e não o CBD. Veja a seguir para que serve a cannabis medicinal.

Para que serve a cannabis medicinal?

A cannabis medicinal é muito importante no cenário da saúde. Pois, tem um potencial terapêutico em diferentes pacientes.

Existem vários estudos que estão em andamento visando a comprovação de seus benefícios para alguns quadros e doenças e, por esse motivo, há uma grande chance de a substância ser prescrita para o tratamento de mais pessoas.

Embora ainda faltem pesquisas com um número de amostragem maior para trazer mais dados sobre os efeitos da substância, a Organização Mundial da Saúde considera que o canabidiol é um composto seguro quando tem indicação terapêutica

Sendo assim, não há risco de causar dependência no paciente. Veja agora  quais são os tratamentos que podem ser feitos com a cannabis medicinal.

Tratamentos com cannabis

Como vimos acima, a cannabis medicinal é muito importante quando relacionada ao cenário saúde. A seguir listamos os tratamentos que podem ter bons resultados com o uso dessa substância. São eles:

1. Alzheimer;
2. Epilepsia;
3. Esquizofrenia;
4. Parkinson
5. Dores neuropáticas
6. Esclerose múltipla;
7. Diminuição dos efeitos da quimioterapia como náusea, vômito, fadiga e dor.
8. Artrite;
9. Enxaqueca crônica;
10. Dependência de drogas.

Além destes tratamentos que você viu acima, o uso do canabidiol também pode ter bons efeitos em pessoas que estão no Tratamento do Espectro Autista (Autismo).

Isso acontece, porque o composto químico diminui quadros de ansiedade, irritabilidade, insônia e agressividade, o que consequentemente reflete em uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

Existem relatos de bons resultados em crianças, acerca da linguagem e socialização depois de usar a substância.

Quem pode usar cannabis medicinal?

Um assunto muito polêmico e que vem sendo discutido em diversos países, inclusive no Brasil, é a liberação da cannabis medicinal.

Plantar maconha para pesquisas e preparo de medicamentos já é permitido em lei, mas é preciso regulamentação da ANVISA para que isso se concretize. Ainda faltam regras que determinam como e onde o cultivo da cannabis sativa pode ser realizado.

A cannabis, gênero da planta do qual a maconha faz parte, é usada no tratamento de várias doenças, como você viu acima, inclusive no tratamento do câncer.

Porém, pacientes que desejam plantar a cannabis sativa precisam de autorização judicial ou recorrer à importação de medicamentos caros.

Cannabis medicinal no Brasil

Cerca de 40 países, incluindo o Brasil, aprovaram o uso da cannabis medicinal, devido aos resultados promissores. Contudo, aqui no Brasil o plantio da maconha ainda não é permitido.
Portanto, a produção do canabidiol deve ser feita com matéria-prima que vem de fora. A necessidade de ser vendido pronto também é outra questão, pois não é permitida sua manipulação.

Então, os produtos à base de cannabis podem ser comercializados para uso oral e nasal em forma de:

• Comprimidos;
• Líquidos;
• Soluções oleosas.

Esses produtos beneficiam muitos pacientes e movimentam o mercado da saúde. É um segmento em sincero crescimento que atrai a atenção de muitas farmacêuticas e empreendedores.

Finalizando, em 2018, o mercado mundial de cannabis representou US$ 18 milhões. Estima-se que essa cifra chegue aos US$ 194 milhões até 2026.

Contudo, a maior questão no Brasil é ainda esbarrar no preconceito relacionado à maconha e o fato de ser uma droga ilegal no país.

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