ONU remove cannabis da lista de drogas mais perigosas

9 de março

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Nos últimos anos, a legalização da maconha tem sido um assunto muito debatido em todo o mundo. Neste sentido, você sabia que, em conformidade com a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), a ONU removeu a Cannabis da lista de drogas mais perigosas? Este fato pode ser visto como uma vitória signiﬁcativa para aqueles que defendem a legalização da planta.

Anteriormente, a cannabis havia sido incluída em duas seções da Convenção de 1961, que trata sobre entorpecentes – ao lado de drogas como a heroína e a cocaína. Agora, passa a compor apenas a primeira seção, que reúne as substâncias com menor potencial danoso.

A decisão se deu por uma diferença de apenas 2 votos (27 a 25). E, dentre os países que se manifestaram a favor da medida, estão os EUA, Canadá e grande parte da Europa. O Brasil foi contrário à mudança, sob a justificativa de que trata-se de um movimento que busca facilitar o plantio e o uso da maconha.

Entenda a decisão da ONU

A decisão da ONU busca defender a restrição contra o uso indiscriminado da substância, uma vez que mantém medidas de controle do uso. Mas, sem criar, entretanto, impedimentos para pesquisas que buscam comprovar eventual potencial medicinal e científico da planta.

Tal decisão está em conformidade com as diretrizes da OMS, que afirmou em sua recomendação: “A cannabis e a resina de cannabis devem ser programadas em um nível de controle que evitará os danos causados pelo uso da substância e, ao mesmo tempo, não atuará como uma barreira ao acesso e à pesquisa e ao desenvolvimento da cannabis relacionada para uso médico”.

No entanto, a Comissão da ONU não procedeu apoio a outras recomendações da Organização Mundial da Saúde. A exemplo da remoção de “extratos e tinturas de cannabis” da Tabela I, e da inclusão de nota que retire preparativos com canabidiol do controle internacional.

Desta forma, apesar da modificação, a ONU mantém a recomendação de medidas de controle internacional, objetivando a garantia dos fins científico e medicinal da substância, e evitando que as mesmas sejam desviadas para canais ilegais.

O que é a lista de drogas da ONU?

A lista de drogas da ONU é uma lista de substâncias controladas que são consideradas perigosas e que estão sujeitas a medidas restritivas em todo o mundo. Existem diversas categorias na lista, classificadas conforme o valor terapêutico e risco potencial – com a categoria I sendo a menos restritiva. Como já citamos, a cannabis foi anteriormente listada na categoria IV, que possui as drogas mais perigosas, como a heroína e a cocaína. E, hoje, compõe a categoria I.

A propósito, a cannabis mostra-se mais segura quando comparada inclusive com o álcool, por exemplo.

Por que a cannabis foi removida da lista de drogas mais perigosas?

A decisão de remover a cannabis da lista de drogas mais perigosas foi tomada por um comitê especializado, que se reúne periodicamente para revisá-la. E, a decisão foi baseada em uma revisão de pesquisa cientíﬁca disponível sobre a planta e seus efeitos.

Neste sentido, a revisão mostrou que a cannabis não é tão perigosa quanto se pensava anteriormente. E, também, que seus efeitos são menos prejudiciais do que outras drogas listadas na categoria IV. Além disso, muitos países já legalizaram o uso medicinal e/ou recreativo da cannabis, o que pode ter inﬂuenciado a decisão da ONU.

O que isso signiﬁca para a legalização da cannabis em todo o mundo?

A remoção da cannabis da lista de drogas mais perigosas é vista por muitos como um passo importante em direção à legalização da planta em todo o mundo. No entanto, é importante lembrar que a legalização da cannabis ainda é um assunto controverso, e que muitos países ainda têm leis rigorosas em relação à planta – como é o caso do Brasil.

Apesar disto, a modificação da lista pode encorajar mais países a legalizar o uso medicinal e/ou recreativo da substância. Porém, ainda pode levar algum tempo para que isto se torne uma realidade em todo o mundo.

Benefícios da legalização da cannabis

A legalização da cannabis pode ter vários benefícios para a sociedade. Em primeiro lugar, a medida pode ajudar a reduzir o crime relacionado à venda e uso da planta. Além disso, a legalização pode criar novas oportunidades de negócios e empregos, inclusive os relacionados ao cânhamo, aumentar a arrecadação de impostos e reduzir o custo do sistema de justiça criminal.

Ainda, a legalização da cannabis também pode ter benefícios médicos. Já que a planta é atualmente utilizada para tratar uma variedade de condições médicas, incluindo dor crônica, ansiedade, epilepsia e náusea. Além disso, a cannabis pode ser usada como uma alternativa mais segura e menos viciante a medicamentos opióides, que têm um alto potencial de abuso e overdose.

O que vem a seguir?

Embora a remoção da cannabis da lista de drogas mais perigosas da ONU seja um passo importante, ainda há muito trabalho a ser feito para a legalização da planta em todo o mundo. É essencial que mais pesquisas sejam realizadas para avaliar os efeitos a longo prazo da cannabis, especialmente em relação à sua potencial dependência.

Além disso, é importante que haja regulamentações adequadas para o uso da cannabis, a ﬁm de garantir a segurança pública e a qualidade do produto. Muitos países que legalizaram a cannabis já estabeleceram sistemas regulatórios para garantir que a planta seja usada de forma responsável e segura.

Enfim, trata-se de um assunto complexo, e que envolve considerações políticas, econômicas, médicas e sociais. No entanto, esta modificação no que diz respeito à classificação da cannabis é um passo importante em direção a um futuro onde ela seja legal e regulamentada em todo o mundo.

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